Você sabe o que é a inflação e como ela afeta o seu bolso? Ela representa o aumento de preços ao longo do tempo e, no Brasil, é medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). De forma prática, a inflação significa que ter R$100,00 na carteira hoje permite comprar menos produtos do que há um ano.
A oscilação de preços é natural em economias saudáveis, mas a inflação descontrolada reduz o poder de compra e gera incertezas para a economia, os cidadãos, pessoas e empresas interessadas em investir no país. Acompanhar o IPCA é, assim, crucial para entender e se preparar para os efeitos da inflação no cotidiano.
O que é o IPCA e como ele é calculado. Entenda, também, o IGP-M e o IPCA–15
O cálculo da inflação leva em conta a variação média dos preços de uma determinada cesta de produtos em determinado período. Além do IPCA, diversos índices medem a inflação no Brasil, como o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) e cada um deles considera uma cesta diferente em suas análises.
O IPCA é o índice de inflação oficial do governo federal. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e mede o custo de produtos e serviços relevantes para famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos.
A cesta usada no cálculo do IPCA reflete os hábitos de consumo relacionados à alimentação, habitação, vestuário, transporte, saúde, despesas pessoais, educação e comunicação. Apurado mensalmente, o IPCA considera a média de aumento nos preços, mas nem todos os itens têm a mesma evolução e nem todos os brasileiros sentem a inflação da mesma forma. Entenda os impactos da inflação para cada perfil de consumidor.
Já o IGP-M é calculado pela Fundação Getúlio Vargas e é formado por três índices que medem os preços por atacado (IPA-M), ao consumidor (IPC-M), e de construção (INCC). O IGP-M costuma ser usado para balizar reajustes de aluguel, planos de saúde e tarifas públicas. O IPCA-15, por sua vez, difere do IPCA apenas no período de coleta e funciona como uma prévia do IPCA.
Como o IPCA 2024 tem evoluído
O Banco Central é responsável por manter a inflação dentro da meta estabelecida anualmente pelo Conselho Monetário Nacional para garantir estabilidade e previsibilidade de preços no Brasil. A meta de inflação estabelecida para 2024 deve se manter entre 1,50% e 4,50%. Espera-se que feche o ano em 4,12%.
Confira o IPCA 2024 mês a mês:
Mês (2024) | Inflação (%) |
---|---|
Janeiro | 0,42 |
Fevereiro | 0,83 |
Março | 0,16 |
Abril | 0,38 |
Abril | 0,46 |
Junho | 0,21 |
Julho | 0,38 |
Agosto | -0,02 |
Setembro | – |
Outubro | – |
Novembro | – |
Dezembro | – |
ACUMULADO NO ANO | 4,24 |
Fonte: IBGE
Histórico da inflação entre 2020 e 2024
Nos últimos anos, o IPCA oscilou, chegando a bater os 10% em 2021. A pandemia da Covid-19, a crise hídrica e o preço dos combustíveis impactaram bastante na inflação no período recente. Confira, a seguir, o IPCA acumulado entre 2020 e 2024.
Ano | IPCA Acumulado |
---|---|
2020 | 4,52% |
2021 | 10,06% |
2022 | 5,79% |
2023 | 4,62% |
2024 | 4,24% *até agosto |
Fonte: IBGE
A inflação de 2020 foi a maior desde 2016, com o IPCA acumulado de 4,52% acima da meta do Banco Central de 4%, mas ainda dentro do limite tolerado. Em 2021, a inflação subiu ainda mais, atingindo 10,06%, muito acima da meta de 3,75%.
Em 2022, a inflação caiu para 5,79%, ainda acima da meta do Banco Central. Em 2023, o IPCA ficou em 4,62%, dentro da meta. O aumento da gasolina impactou o grupo de transportes, mas a queda dos preços (deflação) de alimentos, como óleo de soja e carnes, ajudou a conter o índice.
Veja o IPCA 2023 mês a mês e o acumulado do ano.
IPCA dos últimos 10 anos no Brasil
O gráfico abaixo mostra o comportamento do IPCA, ano a ano, entre 2013 e 2023, de acordo com o IBGE.
O que mais impacta a inflação hoje
Embora as previsões indiquem que a inflação de 2024 deve fechar dentro da meta do Banco Central, os brasileiros sentem o seu efeito no bolso. Em julho, o índice aumentou 0,38%, sendo que os maiores aumentos foram observados nos setores de transportes (1,82%), habitação (0,77%) e artigos de residência (0,48%).
Gasolina e passagens aéreas foram os itens com maior alta, enquanto o grupo de alimentação e bebidas teve deflação de -1%, com destaque para a queda nos preços do tomate (-31,24%), cenoura (-27,43%), cebola (-8,97%) e batata (-7,48%).
Como a inflação pesa no seu bolso
Quando a inflação está alta, o dinheiro perde valor e o custo de vida aumenta, afetando especialmente as pessoas de menor renda, com pouca margem para absorver a alta nos preços. Esse impacto é percebido em quase todos os aspectos do cotidiano, como na hora de abastecer o carro, fazer as compras de supermercado, pagar aluguel ou contas de serviços essenciais. Para reduzir o impacto da inflação em seu bolso, é possível adotar estratégias como:
- Compare preços entre lojas, supermercados e postos de gasolina.
- Prefira o transporte público e planeje trajetos para economizar combustível.
- Adapte o cardápio da semana, substituindo alimentos caros por alternativas mais acessíveis e sazonais.
- Evite armadilhas do marketing, como a pink tax – taxa extra cobrada para produtos classificados como femininos.
- Aproveite cupons de descontos, ofertas em aplicativos e cashback.
- Pratique a economia doméstica, reduzindo gastos de energia e água e o desperdício de alimentos. Fonte: Meu Bolso em Dia/ Febraban